FUPL na cauda do Ranking de filarmónicas da nossa ilha segundo a TC.F

Cá estamos nós em mais um espaço de opinião. Tal como anunciei no mês passado, hoje irei fazer uma avaliação das quatro filarmónicas da Graciosa, porquê? Porque é essencial que as pessoas tomem consciência que nem tudo é perfeito e que se pode sempre melhorar.
Falarei aqui de cada uma, quais os pontos que acho mais críticos e quais os melhores, porque não é só criticar por criticar mas é necessário que as criticas sejam construtivas. Avaliarei cada filarmónica de 0 a 5, tendo em conta a:
 época musical de 2009; o número de contratações; a qualidade sonora; se perderam ou não muitos músicos ao longo dos tempos e as inovações feitas.
Sendo eu um executante jovem, mas com alguns anos de filarmónica (12 anos), acho que posso dar a minha opinião sem ser “suspeito”, porque já provei mais que uma vez que sei dar valor ao trabalho das pessoas.
Vamos a isto então.

Sociedade Filarmónica União Praiense
Sendo esta a colectividade musical mais antiga da nossa ilha, forçosamente começarei por ela.
Esta filarmónica ao longo de alguns anos, mostrou-nos qualidade, com um excelente, maestro (António Melo), que soube impor respeito, organização e dedicação à casa, mas, e existe sempre um mas, a filarmónica da praia tem descido de qualidade, a que é que se deve? Simplesmente ao facto de António Melo, já não ser o maestro desta banda. Isto não quer dizer que o actual maestro não seja tão bom como o António Melo, mas a verdade é que actualmente a Filarmónica União Praiense não tem conseguido igualar o seu passado. É normal, pois os métodos de trabalho não são os mesmos, mas o facto de não perceber se existe uma grande mudança de reportório, faz-me em querer que a Filarmónica da Praia tem tido, ainda, alguma qualidade pois a tal mudança de reportório não se fez sentir de uma forma significativa.
Mas não podemos tirar o valor a quem o tem. A Sociedade Filarmónica União Praiense, ainda nos surpreende, pela positiva, porque não é normal uma Filarmónica actuar ao mesmo tempo com um corista, ou com um baixo. A verdade é que a Sociedade Filarmónica União Praiense, tem sabido inovar, com músicas, com músicos e com as suas instalações. Quem entra na SFUP, reconhece o mérito e o trabalho da direcção e músicos, mas como me referi anteriormente, não se pode descuidar da qualidade desta filarmónica, que já teve dias melhores e que no ano de 2009 não existiu grande diferença entre esta filarmónica e as restantes.
O que devem fazer então? R: Devem apostar num reportório mais alegre, que encaixe nas nossas festas e trabalhar sempre para melhorar a qualidade e não pensar que já se a atingiu.

Melhor:
Organização

Pior:
Descida de qualidade, por falta de melhor reportório

Avaliação:
3 em 5

Filarmónica Recreio dos Artistas
Ora aqui está um filarmónica que conheço bem, mas que receberá o mesmo tratamento que as restantes.
A Filarmónica Recreio dos Artistas, tem vindo a melhorar ao longo dos tempos, passou por épocas muito conturbadas, ou seja, a qualidade ficava muito a desejar. Era vista muitas vezes como uma das piores filarmónicas da nossa ilha, mas nos últimos 6 anos esta filarmónica soube melhorar a qualidade e o seu reportório, obviamente que é um trabalho contínuo e que não se faz da noite para o dia. A quem é que se deve esta melhoria? R: Deve-se à maestrina desta filarmónica que assim que chegou tentou por ordem na casa, mas os principais originários desta qualidade são sem duvida os músicos, que já estavam habituados a um determinado método de trabalho e de repente viram-se obrigados a mudar essas atitudes. Atitudes essas que provavelmente custaram a esta filarmónica a perda de executantes ao longo dos tempos, o que faz disso um problema enorme para uma colectividade que vive numa sociedade cada vez mais envelhecida e com cada vez mais desmotivação de jovens para as filarmónicas.
Esta filarmónica tem sabido inovar, tem apostado nos mais pequenos, o que faz desta instituição, aquela que tem mais jovens, mas também tem inovado na área musical, criando o primeiro quarteto de saxofones dos Açores, originando a primeira orquestra da Graciosa e apostando fortemente na sua Escola Música. Isto são aspectos muito positivos, mas sem músicos não servem de muito, deve-se combater este problema com mais calma, mais participação dos executantes no que respeita ao futuro da filarmónica e perceber que os músicos são uma chave fundamental para a vida desta instituição.
No reportório esta colectividade tem sabido inovar, mas tem que existir uma distinção entre musicas para arrais populares e músicas para concertos de índole mais séria, porque quando se confunde estes dois géneros é extremamente desapontante para quem ouve, mas também para quem toca. Na época 2009, esta filarmónica teve uma qualidade menor do que aquilo que é de se esperar, talvez devido à ausência da maestrina, por imperativos de saúde, mas talvez também pela desmotivação dos executantes que como em qualquer filarmónica, de vez em quando lá aparece.
Quem entra nesta filarmónica, percebe que os músicos estão unidos em torno de uma filarmónica melhor, com mais qualidade, bem como se apercebe que a direcção desta filarmónica trabalha para uma colectividade maior e melhor.

Melhor:
Investimento em instrumentos

Pior:
Perca de executantes

Avaliação:
3 em 5

 Filarmónica União Popular Luzense
A FUPL tem, infelizmente, tido muitas crises ao longo dos últimos anos, não por ter dificuldade em encontrar dirigentes, mas sim pelo facto de não conseguir ter um número significativo de executantes. Esta situação devesse, talvez, ao facto de não existirem muitos jovens luzenses interessados em participar nesta filarmónica, o que só daí é um problema, porque a freguesia da Luz é aquela que menos população tem. Outro grande problema que esta filarmónica teve, foi o facto do seu anterior maestro ter estado ao mesmo tempo a fazer regência a outra filarmónica vizinha, nomeadamente a Sociedade Filarmónica União Praiense, o que só veio a dificultar a qualidade desta filarmónica, a culpa aqui será da direcção que manteve este regime que só era prejudicial a esta entidade, porque não permitia ao maestro que se focasse somente numa filarmónica e trabalhasse só num projecto e objectivo.
Actualmente a FUPL, tem um novo maestro, da casa, que tem trabalhado para a melhoria desta filarmónica na sua qualidade, é um projecto ainda embrionário mas que dá sinais de resultar, basta ver a melhoria significativa de qualidade desta filarmónica no ano de 2009, mas que ainda não permite a ela estar num patamar seguro e igual às restantes parceiras.
O reportório, não poderei falar dele, pois só este ano é que se verá o resultado do trabalho do actual maestro, logo seria injusto fazer uma avaliação do reportório desta filarmónica visto que as restantes praticamente manterão o reportório do ano transacto, mas esperemos para ver, se esta filarmónica consegue suportar uma mudança reportório e um decréscimo de executantes, lacuna esta que, para o bem desta filarmónica, tem que ser saldada incentivando os músicos perdidos pelo caminho, e apostar nos mais jovens da freguesia da Luz.
Quando se entra nesta filarmónica vê-se uma direcção trabalhadora, músicos empenhados e uma força de espírito para a melhor representação da sua freguesia, mas existe muito trabalho pela frente, tal como aconteceu na Filarmónica Recreio dos Artistas, agora é que a Filarmónica União Popular Luzense começa a dar passos significativos no rumo para a boa qualidade.

Melhor:
Nova regência

Pior:
Poucos executantes

Avaliação:
2 em 5

Filarmónica União e Progresso de Guadalupe
Aqui está outra filarmónica que conheço bem, mas tal como referi na FRA, terá o mesmo tratamento que as restantes.
A FUPG, é a mais nova das filarmónicas da Graciosa, mas nestes últimos dois anos tem-se reparado no grande salto de evolução na qualidade que esta filarmónica tem sofrido. Deve-se essencialmente à actual direcção desta filarmónica, que tem primado pela união em torno desta entidade, pois esta direcção tem feito bons e grandes investimentos na área de reportório, na área instrumental e na área de executantes. Vê-se mais nitidamente, agora, que esta filarmónica está a apostar nos jovens da sua freguesia, começa-se a ver jovens rapazes e raparigas a marchar nas fileiras desta filarmónica, mas o mais interessante desta instituição é que não se descuidam dos mais velhos, e isso é um aspecto positivo.
De todas as restantes filarmónicas, esta é a única que não tem sede, mas é um problema que já está a ser resolvido, porque se não existem condições para a prática musical, a qualidade é baixa. Mas na época 2009 esta filarmónica mostrou que a qualidade faz-se com os músicos e não com as instalações e de 2008 para 2009, a FUPG subiu um grau de qualidade, o que só é benéfico para esta instituição.
É importante reter que os reportórios devem estar à medida da nossa cultura. Esta filarmónica tem a proeza de ter à frente dos seus destinos um maestro da freguesia e que lá está, à pelo menos, 12 anos, sem dúvida é um feito pois já todos o conhecem e ele já os conhece a eles, o que só pode ser positivo.
Já aqui elogiei muito a direcção desta filarmónica, mas os músicos são parte fundamental desta casa, pois não existe nenhum que esteja ali sem dar o seu contributo em prol daquela instituição.

Melhor:
Direcção

Pior:
Sem instalações que assegurem melhor qualidade

Avaliação
3 em 5


Fonte: Tiago Correia Filmes - TC.F

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